sábado, 11 de junho de 2011

É preciso dizer não!

        Em 1° de junho de 2011, a revista Veja publicou uma interessante matéria na secção comportamento. Com o título É preciso dizer “não”, a matéria aborda a questão da disciplina doméstica, as múltiplas demandas dos filhos e a necessidade de os pais assumirem a responsabilidade na educação de seus filhos.
        Laurence Steimberg, conceituado psicólogo americano, defende a tese de que a criança desde cedo deve conhecer o significado do limite, para que possa crescer e se adaptar bem às regras de nossa sociedade. Isso não tem acontecido de forma considerável em lares brasileiros. Pesquisadores na área da psicologia social afirmam que em lares de famílias brasileiras há uma permissividade muito grande. Tão grande, que hoje a maioria dos pais não sabem dizer não aos filhos, o que compromete de forma substancial a educação de nossas crianças, segundo a Psicóloga Tânia Zagury, pesquisas apontam que a maioria dos pais tem dificuldade de dizer não e impor limites, pois também viveram em lares onde não havia a noção de limites. O excesso de liberdade teria abolido a noção de hierarquia.
        Sem limites, criança ganham o mundo chegando às escolas de nossos pais, acreditando que, como na casa deles, podem tudo. Aí temos um problema, pois encontram regras, disciplina, horários, professores com a missão de ensinar e educar. Claro que em muitos casos surge aí uma zona de conflito, cuja a solução certamente envolve não só a escola, mas também a família. Segundo os especialistas, no Brasil, mais do que em outros países, a questão do limite imposto aos filhos se choca com um enorme problema: a “cultura da flexibilidade, em geral, sempre sobrepondo a disciplina como um valor a ser cultivado” (Revista Veja, pág. 112). Precisamos estar atentos a essa questão e buscarmos formas não autoritárias de autoridade para que os pais possam recuperar seu lugar de “gestores do lar”. A tarefa de educar os filhos tem que ser diária, não podemos negligenciar em detrimento da carreira profissional ou mesmo por querer evitar o embate com os filhos. Temos que agir.
        Na página 111 da reportagem, temos dicas de como impor limites:

• A criança se recusa a comer alimentos saudáveis: evite negociar com um filho (a). Na recusa de comer o que está no prato, retire o prato. Mais tarde, com fome, ela aceitará comer o que lhe foi oferecido;

• Uma birra interminável: não reaja a um chilique com outro chilique. Sinais de descontrole dos pais, levam a criança à sensação de que está no comando da situação;

• A hora de dormir: a criança tem que dormir sempre no mesmo horário previamente estabelecido (nunca tarde, seja razoável). Para tanto, vale contar histórias ou fazer companhia a ela no quarto um pouquinho;

• Quando a criança não quer estudar: a criança tem que saber que estudo é obrigação dela e que tem um valor. O exemplo de pais leitores estimula os filhos ao estudo. Se a lição de casa for feita com displicência, peça pra fazer de novo;

• O momento de desconectar: a criança tem que ter fixado um período de tempo para internet; oriente-a dedicar ao computador o mesmo tempo que dedica as tarefas escolares.

        Parece simples, mas certamente muitos problemas surgirão na aplicação das regras. A dica é não ceder à pressão e fazer valer o que está combinado. Procure ser tranquilo no cumprimento do combinado e boa sorte a todos.


Bibliografia
1. Revista Veja, 1° de julho de 2011, Editora Abril.
2. Zagury, Tania. Educar sem culpa – A gênese da ética. Ed. Record. RJ 2001.


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