Aceitar a pessoa do filho e nutrir por ele o respeito deve ser um exercício constante desde a primeira infância. Mesmo que, se por um acaso, essa criança não tenha sido planejada ou sua vinda ao mundo tenha levado a grandes mudanças em sua vida, saiba que o amor por ela tem que ser incondicional.
A primeira aceitação, a aceitação no seio da família, marca a aceitação dessa criança como ser que merece a felicidade. Outra coisa importante é também a aceitação dos filhos como sendo um ser único e, portanto, diferente dos outros irmãos ou primos. Ela será um ser em sua complexidade e pluralidade. Jamais igual a alguém, mesmo que tenha semelhanças físicas ou comportamentais. Assim, convido-os a assumirem como pais a “pedagogia familiar da aceitação”. Passar o tempo todo comparando os filhos ou o tempo todo tentando corrigir traços da personalidade de alguns, certamente vai trazer ao lar um estresse desnecessário.
Educar os filhos, orientá-los, ensinar-lhes a lição, encaminhar na vida, dar-lhes os princípios e os valores de “Boa Sorte” é nossa obrigação como pais, mas é muito importante que saibamos respeitar o eu de cada um, seus limites e suas demandas como pessoa.
Então, como fazer? São muitas as esperadas dicas para um bom relacionamento com os filhos e um maior bem estar no lar, mas estas me parecem ser essenciais...
1. Respeite os filhos: devemos evitar o excessivo perfeccionismo de pais que chegam ao exagero de não aceitar que os filhos se sujem ao brincar, que molhem o piso da casa quando saem da piscina, que desorganizem a casa nos momentos das brincadeiras. Isso é impossível. Crianças brincam, desarrumam o ambiente e costumam molhar e até quebrar os móveis. O que temos que fazer é colocar regras e exigir que eles ajudem na arrumação da casa após as brincadeiras. Brincar é a expressão máxima da imaginação e da criação no mundo das crianças. As que não brincam têm mais dificuldade de se colocar no mundo e sair de situações diversas. Elas têm que recortar , modelar, desenhar, pintar e imaginar coisas com os outros irmãos e com os coleguinhas. Isso tem que existir!
2. Seja confidente dos filhos: os filhos, quando crianças, procuram os pais para contar-lhes os segredos ou para denunciar um coleguinha ou irmão. Criar obstáculos a essa tendência significativa repulsa ao diálogo e a cumplicidade. Escute a sua criança, valorize o que ela está lhe dizendo e sinalize sempre que está disposto a ouvi-la. Seja próximo, mostre carinho e interesse pelo que ele tem a contar-lhe.
3. Esteja sempre com os seus filhos: o afeto é uma boa base para estabelecer em família um relacionamento de segurança para os filhos. Quando não estiver no trabalho, esteja com os seus filhos. Elege o “dia a dia familiar”, aquele que você se dedica perto dos filhos. Domingo é ótimo. Procure sair com a família e acolha seus filhos com carinho. Se não gosta de correr, brincar etc., fique próximo a eles, toque, peça mais beijos, dê atenção, converse. Valorize o que eles têm feito, elogie o desenvolvimento de cada um. Mostre que se importa com eles.
4. Assuma seu papel de pai e de mãe: vó é ótima, mas mãe é melhor para os filhos. Os avós são só carinho e orgulho. As crianças têm que ter claro em sua mente qual é o papel dos avós e qual é o papel dos pais. Não pode haver confusão aí. Os pais, esses sim, devem ter a última palavra na educação dos filhos. A responsabilidade na formação dos filhos deve estar ao encargo dos pais.
5. Conquiste a confiança dos filhos: O afeto e a sinceridade na família facilitam essa confiança e a confidência dos filhos com os pais. Os pais devem ser sinceros e jamais enganarem os filhos. A verdade traz sempre segurança e serve para consolidar os valores importantes da vida.
6. Observe e acompanhe os filhos: você já parou para observar seu filho? Tem acompanhado o seu desenvolvimento sócio-educacional? O respeito à intimidade dos filhos é fundamental, mas é preciso acompanhar a vida deles. Está seguro quanto às necessidades de seu filho? Conhece os amigos dele? Precisamos estar atentos e principalmente dar importância aos fracassos e às vitórias que estão trazendo para casa. Eles querem isso!
Por isso, nunca me cansarei em dizer: amem seus filhos, sejam amigos deles, chamem ao diálogo, corrijam os excessos, ensinem coisas boas, tenham alguma religião, acompanhem a sua rotina escolar, mas acima de tudo sejam confidentes e tenham respeito por eles. São seres humanos em formação que necessitam de afeto e respeito.
E, tenho certeza, se fizermos assim até poderemos errar na educação deles, mas certamente erraremos muito menos.
Sejamos felizes para sempre!
Referência bibliográfica - IDE (Instituto de Desenvolvimento da Educação) – Ribeirão Preto – SP