segunda-feira, 2 de maio de 2011

Disciplina e Educação: os pilares da civilização


Não é nada fácil manter a disciplina. De maneira geral, a disciplina é um problema nas escolas em todo o mundo, e certamente não é somente por causa das escolas. As crianças são expostas a influências do ambiente sócio-cultural em que vivem. Os professores e as escolas são apenas uma das muitas influências do educando. Assim sendo, as escolas, sozinhas,  não podem ser as únicas responsáveis pela indisciplina.
Dessa forma, precisamos entender também que a escola, enquanto instituição educadora, não pode sozinha ter a missão disciplinadora. As famílias não podem deixar as escolas lutarem sozinhas na batalha contra o mau comportamento. Hoje, mais do que nunca, toda sociedade deve estar mobilizada no sentido de produzir uma sinergia na ação educadora da disciplina.
Nós, pais e educadores, devemos ter em mente que a educação, enquanto fenômeno universal, comporta diversas tensões em seu âmbito. Não podemos nos ater apenas às questões internas da relação interpessoal no espaço-escola, mas sobretudo à causa cultural que as crianças trazem consigo. Por isso, família e escola têm que estar em sintonia na questão da formação das crianças. Jamais fará sentido a disciplina escolar, se a família questionar as regras da escola. Nunca as crianças aprenderão o que é certo. Se os pais não ajudarem a Escola, quem educará as crianças? Quem lhes dará respostas e a reconduzirá ao bom senso? Quem lhe dará limites? É justamente aqui que entra em cena uma das questões mais controversas no âmbito da educação familiar e escolar: a questão do limite.
Nós, que vivemos o cotidiano das grandes cidades mergulhados nas obrigações da sobrevivência, acabamos muitas vezes com dificuldade de acompanhar os nossos filhos. E aí vem a questão: quem dá a medida para os limites de nossas crianças? Se a criança hoje passa mais tempo nas escolas do que em casa, quem de fato está com a tarefa de educar? Teremos então um problema: cabe somente à Escola o papel da educação das crianças? Onde entra a escola? E a família? Pois bem, é aí que não pode haver dúvidas. Escola e família, ambas têm a missão educadora, porém papeis diferentes, mesmo que as atribuições dos papeis convirjam para um só ponto: a educação de crianças e jovens. Precisamos estar atentos a isso. Por mais que Escola e professores tentem, jamais conseguirão suprir a necessidade da ação familiar na educação da criança. Por isso, fazem-se necessários o diálogo e a perfeita sintonia entre escola e família. Temos que trabalhar juntos, sem o extremo de pensar que uma ação disciplinar “traumatiza” crianças e sem o extremo de abuso de autoridade ou imposições de valores por demais exagerados, por parte dos educadores.
É importante salientar, todas as vezes que falamos em disciplina, que os limites são exatamente a medida para a construção de autonomia e “liberdade-responsável”. A sociedade tem regras e limites e nós vivemos nela. Nossas crianças precisam entender isso. Não podemos achar problemas nisso.
Diante de uma sociedade, cujas regras são abaladas pelos modismos midiáticos, temos que estar alerta e juntos para evitarmos choques, exatamente naquilo que é o nosso propósito: educar para a vida.

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