Há, nos filhos, desde pequenos, uma tendência natural a procurar os pais com total confiança. O afeto é, aqui, uma boa base para estabelecer uma relação de confiança, mas não basta. Para que nossas crianças tenham plena confiança em nós, pais e educadores, é necessário sinceridade no ambiente familiar. Esta virtude deve ser vivida até as últimas consequências. A sinceridade dever ser, nos pais, a firme vontade de nunca enganar os filhos, demonstrando-lhes que não há assunto de que não se possa falar em casa. Os filhos têm que sentir a confiança, para que possam tornarem-se confidentes.
Essa confiança certamente provocará nos filhos um conforto muito grande, oportunizando-lhes a obediência e o respeito. Essas duas virtudes provêm da confiança. Não se respeita a quem não se confia! Não se obedece a quem não se confia! Lembre-se de que, quando estamos falando na confiança que vem da sinceridade, estamos falando de tudo que cerca as nossas crianças em casa. Se ajudamos a mentir para ocultar algo ou acobertar algo errado e que certamente a criança sabe que está errado, estamos, sim, criando pessoas que não confiaram em nós mesmos. Não há um pacto ético com os filhos que não seja o da verdade, o da confiança que advém dessa verdade. Contudo, um bom clima de confiança exige que o pai reconheça ao filho o direito de errar. Não é justo pretender que os filhos sejam perfeitos.
A aceitação e o respeito devem ser plenos também no que se refere à vida afetiva dos filhos. Temos que ajudá-los a superar as angústias, os ciúmes e as crises de relacionamento interpessoal, mas não podemos acolher a versão deles como verdade única. Isso pode provocar a falsas ideia de que sempre têm razão, levando ao desenvolvimento de atitudes egoístas e “superauto-estima relativizada”, quero dizer aqui uma super valorização do eu, sem que se permita a reflexão de seus atos.
Na adolescência, é particularmente importante basear o relacionamento com os filhos na confiança. Deve-se respeitar a privacidade do rapaz ou da moça e, por isso, não se pode, diante de amigos e familiares, expor insucesso escolar ou namoro indesejável pelos pais. A confidência virá da confiança que permitirá pais e filhos estabelecerem um relacionamento gostoso e seguro. Não exponha os seus filhos. Preserve-os das brincadeiras às vezes vexatórias (para eles adolescentes) de parentes e amigos. Cuidado para não deixá-los assim... inseguros com a nossa ação. Nessa faixa etária, a sensibilidade excessiva decorre da carga hormonal e das novas descobertas.
Não podemos conhecer uma pessoa com quem nunca convivemos. Por isso mesmo, conviva com os seus filhos. Dê a eles o presente de poder conhecer o seu trabalho. Participe dos eventos escolares, passeie gostosamente com as suas crianças. Lembre-se de que a casa não é um hotel, mas um lugar de encontro e convivência. Não a vejamos com um lugar de “final de dia” ou um lugar onde se possa “calçar os chinelos”, mas um lugar feliz e maravilhosamente tranquilo para se viver. É na convivência que observamos as necessidades dos filhos, facilitando o nosso entendimento. Saiba que no tempo que passa com os filhos trocas afetivas estão acontecendo e as crianças estão se revelando. Lembre-se de que não é a quantidade de horas, mas a qualidade e aproveitamento do tempo que passamos com eles que será definitivo. Não importa se é pouco. Tem que haver qualidade. E não esqueçamos que “estar juntos” é estar em família.
Para orientar seus filhos, não é necessário nenhum diploma. O que se faz necessário é ter um comportamento realista, saber motivar, saber superar a nossa própria emotividade e, para tanto, basta que você seja confiante e confidente. E, não se esqueça de pedir e de agradecer a Deus a bênção de termos nossos filhos amados. Que Deus os proteja!
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